segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Licença

Não peças licença, Entra, não feches a porta, deixa-a aberta para se ver o que por aqui se constrói, para que se sinta o crescer.
Não peças licença, Agarra, os olhos que te esperam na ânsia da consumição destemida, na ânsia da aspersão dos sentidos.
Não peças licença, Entra no corpo sólido, quente que compreende a outra peça do puzzle que te completa, que alimenta as certezas solarengas.
Não peças licença, Agarra-te ao último pilar que sustenta a prece de dias surpreendentemente mais amenos.




sábado, fevereiro 24, 2007

Coro da Primavera


Cobre-te canalha
Na mortalha
Hoje o rei vai nu

Os velhos tiranos
De há mil anos
Morrem como tu

Abre uma trincheira
Companheira
Deita-te no chão

Sempre à tua frente
Viste gente
Doutra condição

Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores

Livra-te do medo
Que bem cedo
Há-de o Sol queimar

E tu camarada
Põe-te em guarda
Que te vão matar

Venham lavradeiras
Mondadeiras
Deste campo em flor

Venham enlaçdas
De mãos dadas
Semear o amor

Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores

Venha a maré cheia
Duma ideia
P´ra nos empurrar

Só um pensamento
No momento
P´ra nos despertar

Eia mais um braço
E outro braço
Nos conduz irmão

Sempre a nossa fome
Nos consome
Dá-me a tua mão

Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores
Zeca

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Fluir

Por cima e por baixo do espaço autónomo criado pelo precipitar aleatório das gotas, flui o meu andar. Pretensiosamente ousado, para quem quer dar a conhecer o andar apressado que se dirige para a próxima estação... Sigo sempre para a próxima estação, torneando com os saltos altos as pedras brancas e molhadas da calçada e as pequenas poças de lama, que atormentam os dormentes que por ali passam...
Rodo,brinco, fluo, por cima e por baixo do espaço autónomo criado pelo cair aleatória das palavras, fluindo com alma.




segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Foi amor?


Foi amor que fizemos, com a aparente complexa troca de palavras à luz de uma comparação entre o tocar de olhar e o ouvir da textura do som.
Foi amor que fizemos, quando sentiste o sabor da minha lágrima, que teimosamente limpa o meu rosto com cristais de sal anidro que podiam fazer brilhar.
Foi amor que fizemos, quando não falámos e o beijo gritou mais alto, quem éramos e quem somos nós afinal.

domingo, fevereiro 18, 2007

De(sa)Lento

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Pouco do Muito


Agora, tudo se resume a Muito Pouco...
Ou a Pouco do Muito que já foi.
Um Pouco sincero, representativo de mim, do Muito que sou e do Muito Pouco que já fui.
Matei fantasmas, desalentos, rasguei rabiscos, queimei projectos que se despenharam no caminho da mesma ousadia que desejavam, fechei episódios, destapei os olhos...
Olhei...
Agora, tudo se resume a Pouco, Pouco do Muito que sou, Muito do Pouco que pensava Ser.

domingo, fevereiro 11, 2007

Obrigado!

Hoje ganhei um pouco mais de LIBERDADE!

Obrigado aos que lutaram para que isso pudesse acontecer!

sábado, fevereiro 10, 2007

Where are you going?



Where are you going
With the long face pulling down
Dont hide away like an ocean
But you can see, but you can smell and the sound
Of your waves coming down
I am no superman not at all
But I have no answers for you
I am no hero, and thats for sure
But I do know one thing
Where you go, is where I want to be
Where are you going?
Where do you go?
Are you looking for answers
For reasons under the stars
If along the way, you are growing weary
You can rest with me until a brighter day
I am no superman, thats for sure
And I have no answers, yeah
I am no hero, oh dont you know~
But I do know one thing,
Where you are is where I belong
Where you go, I do know, is where I belong
Where are you going, with your beautiful face looking down
Dont hide away
You are like an ocean
That I cant see, but I can smell and the sound
Of your waves coming down
I am no superman, thats for sure
I have no answers for you
I am no hero, oh not at all
I do know one thing, where you are is where I belong
Where you are is where I want to be


Dave Mattews Band "Where are you going?"


terça-feira, fevereiro 06, 2007

Excomungada

Confesso que vivi!
Confesso que rebolei na erva molhada pelo meu suor e, sem medo do julgamento alheio corri nua pelas calçadas, despojada de sentido e sem rumo ao arrependimento.
Não rezei.

Não comungo.
Trinco o Corpo dito sagrado desejando morrer sem a extrema-unção, desejando a condenação ao calor eterno.
Confesso que vivo à margem dos cochicho
s das beatas, que passam deixando cheiro a velas queimadas e a pedras molhadas.
Confesso que tenho o pecado cravado na carne, a marca a ferro quente que me atrai em noites de Lua cheia para as ruas onde vagueio na companhia dos remoinhos de vento que me Excomungam por Prazer



domingo, fevereiro 04, 2007

És Primavera



E és Primavera Constante!

Mesmo que por vezes os raios de Sol que emanas sejam para encandear e ocultarem as pequenas nuvens mais escuras que possam rondar o Presente, que rapidamente transformas em passado, na ânsia de viver cada segundo, de fazer valer cada gota de suor gasto, de fazer vibrar o tempo com o som de cada gargalhada, com o silêncio de cada lágrima.
E és Primavera, em cada gesto de generosidade, de ingenuidade, de pura genuidade, em cada afecto florido que distribuis na brisa da tua Presença.
Porque mais do que gestos, palavras, afectos, tu és Presente...

És Primavera Sempre Presente!


Á Mona, no dia em que, é proibido soprar as velas!