segunda-feira, abril 30, 2007

Os Homens Também Choram

Existem coisas que sabemos porque nos ensinaram, outras sabemos porque aprendemos sem ninguém nos ensinar...
Hoje aprendi que Os Homens Também Choram...
E o teu chorar, cada lágrima que tentavas conter, cada soluço que escap
ava do teu peito fazia de ti um Homem Maior.
Maior que o Grande Homem que já és.
E dizes para não me esquecer, em tom de desalento a olhar-me nos olhos, como se nem fossem precisas palavras para eu
nunca mais me esquecer do que vais dizer: "Sou da primeira geração a seguir à Primeira Grande Guerra que não consegue dar melhores perspectivas de futuro à próxima geração..."
Fez-se algum silêncio...Ao meu lado alguém (de quem as vezes tenho tantas saudades...) suspira e toca-me na perna como quem me abraça, como quem assume um pacto de cumplicidade, de sangue...
E digo que não me vou esquecer, e falo de nós, das coisas pequenas que ainda nos sabem bem, de seres um Homem maduro, cheio de vida para ensinar, a tua e a de tantos outros... E vejo o caminho, que ju
nto com a mais bela Papoila Vermelha, que me ensinas-te a escolher, não me apontaste, mas deste-me a tua bússola, ensinaste-me a ler as pistas e a fazer labirintos no chão para outros se perderem, ensinaste-me as mais belas palavras, não dizendo que estas eram as palavras, mas repetindo-as na tua fala e principalmente não tua Acção, na tua Transformação, e mostras-te que viver é sobretudo emoção, e assim sendo, Chora, Chora tudo, porque afinal os Homens Também Choram...


quarta-feira, abril 25, 2007

"O Presente fez de mim o que no Passado nunca pensei vir a ser o meu Futuro."

Maçã de Junho

25 de Abril Sempre!

sexta-feira, abril 20, 2007

O Futuro


Isto vai meus amigos isto vai
um passo atrás são sempre dois em frente
e um povo verdadeiro não se trai
não quer gente mais gente que outra gente

Isto vai meus amigos isto vai
o que é preciso é ter sempre presente
que o presente é um tempo que se vai
e o futuro é o tempo resistente

Depois da tempestade há a bonança
que é verde como a cor que tem a esperança
quando a água de Abril sobre nós cai.

O que é preciso é termos confiança
se fizermos de maio a nossa lança
isto vai meus amigos isto vai.

José Carlos Ary dos Santos

terça-feira, abril 17, 2007

A que devo a atenção?

Não sei o que detém mais a minha atenção, se o algemar dos meus pulsos pelas tuas mãos, se o teu respirar sincronizado com o bater do meu peito ... tenso ...
E mesmo quando reafirmo o intenção de mover as minhas mãos pela tua pele, soltas o teu olhar cuja intensidade condiz com a pressão da tua boca no meu peito ... no meu ventre ... onde tu queres ...
E continuo sem saber se dou mais atenção à tua boca ou ao curvar involuntário do meu dorso ...



Abril

quarta-feira, abril 11, 2007

Afinal... Vou ficar mais um pouco...

Não porque me pedes.
Não porque me pedes para não parar de falar como se só agora associasses o significado ás palavras e descobrisses que elas de entrelaçam numa trama mestiça e se enrolam na minha língua soando a qualquer coisa... Doce.
E não queres perder o que tenho para dizer, queres afundar-te nas palavras... Mas são apenas palavras, sou apenas eu... Eu e as palavras. .. Tu, eu as palavras...e tu... Nós.
Insistes e eu fico mais um pouco. Sorris, só porque fiquei a debitar palavras que surgem, algumas porque penso que vais gostar de ouvir outras porque sim, algumas porque não...
E vou ficar mais um pouco, a gozar o facto de estares a gostar... De me ter aqui!

terça-feira, abril 10, 2007

Princezinha

"Eu bebi, sem cerimónia o chá
à sombra uma banheira decorada,
num lago de jambu

E dormi, como uma pedra que mata
senti as nossas vidas separadas,
aquário de ostras cru

Ana Lee, Ana Lee
meu lótus azul,
ópio do povo,
jaguar perfumado,
tigre de papel

Ana Lee, Ana Lee
no lótus azul,
nada de novo
poente queimado,
triângulo dourado.

Se ela se põe de vestidinha,
parece logo uma Princezinha,
num trono de jasmim.

E ao vir-me,
embora em verde tónico,
no país onde fumam as cigarras,
deixei-a a sonhar por mim"


Letra GNR



sexta-feira, abril 06, 2007

Celebração da Primavera!

quinta-feira, abril 05, 2007

Música?


O Carro:
Música
O ruído do tubo de escape, da aceleração, o travão, vidros a subir, vidros a descer, portas a bater...
A Estação:
Música
Os passos, a máquina de picar bilhetes, o café a sair, risos, folhas do jornal da manha, o comboio a chegar...
O Comboio:
Música
O bocejar, os carris, o bebé a chorar, portas a abrir, portas a fechar, a voz que diz: estamos a chegar!
O Metro:
Música
A pressa, a música dos outros a tocar, o aperto, a deslocação do ar...
O trabalho:
Música
As palavras desalinhadas de gente em apuros, a voz com pose segura de quem tem sempre razão!

A casa:
Música
Silêncio
Sim, consigo ouvir a música na pauta do silêncio, não a pomposa música ambiente que nos tenta invadir.
Distingo cada nota, cada acorde, a mudança de oitava, cada respiração.
No Silêncio
Da Música

segunda-feira, abril 02, 2007

T.

Sincronizada com o ritmo dos dias que se regem pelo escoar da fina areia contida nas grandes redomas de vidro... Vou por aqui...
Batendo palmas a cada grito Vermelho que por ai explode (num campo qualquer)... Aplaudindo os balões que por ali andam desnorteados a
o encontro de nuvens que só á tardinha reflectem o vermelho do sol...As vezes até deixo que o sol me aqueça a cara...Até que descubro novamente o meu trabalho, pastora dos segundos e dos minutos prontos a estrear, operária da máquina de fazer tempo.
E atraso o meu passo, fico lenta.... dou só meio passo de cada vez...
Mas não deixo o tempo acabar, no final, giro para deixar a areia continuar a correr e assim, fazer mais.