quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Homens Distintos

Tenho observado os passageiros regulares do grande amarelo nº 755 da Carris.
Sempre à mesma hora, eu e eles, no espaço comum, que me deixa sempre mais perto.
Homens de camisa engomada, sapatos pretos engraxados, lenço de seda no pescoço ou gravata a condizer com o lenço na algibeira do casaco, sempre impecavelmente engomado.
Deixam-me sempre entrar primeiro e, num tom cortez dizem:
-Faça favor menina!
As vezes calçam luvas de pele preta e usam um sobretudo cinzento, substituem o lenço pelo cachecol de caxemira e cheiram bem, cheiram sempre bem.

São homens distintos, como diria a minha avó, homens distintos....



The Son of Man, 1926, René Magritte

...Seja lá isso o que for!!!

domingo, fevereiro 24, 2008

Quebrar em caso de emergência!

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

6 razões e mais uma!

1.
Porque não podemos aceitar a violação diária de importantes direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores e dos cidadãos, expressos na atitude intimidatória e persecutória do Governo PS sobre quem protesta e luta pelos seus direitos, sejam eles dirigentes sindicais, trabalhadores da administração pública, estudantes ou jornalistas.

2.
Porque não admitimos que por via de leis anti-democráticas, como a Lei dos Partidos ou a Lei do Financiamento dos Partidos se procure condicionar o direito de livre organização, intervenção e actividade partidária, ou através da nova lei eleitoral para as autarquias locais impor maiorias absolutas nas Câmaras Municipais que o Povo não deu nas urnas.

3.
Porque a democracia não pode ser impedida dentro das empresas, perseguindo a sindicalização e a actividade sindical, limitando o direito à greve, ameaçando com o despedimento e a redução de direitos todos os que lutam por melhores condições de vida.

4.
Porque as injustiças e desigualdades sociais são cada vez maiores e confirmam uma política de submissão do poder político ao poder económico, onde os lucros do capital contrastam com os baixos salários, reformas e pensões.

5.
Porque a democracia é também composta de direitos sociais como o acesso à saúde, à educação, à cultura ou à justiça cada vez mais negados à larga maioria da população.

6.
Porque não há democracia sem participação e a vida hoje reclama uma decidida intervenção em defesa dos valores e das conquistas de Abril, fazendo frente ao avanço de políticas, práticas e concepções que corroem a vida do País e ferem a dignidade do nosso Povo.

7.
Porque Sim!


sábado, fevereiro 16, 2008

Um dia? Isso parece-me muito tarde...

Há coisas que queremos adiar, que não têm espaço para ser vividas no presente e por isso criamos esse lugar imaginário no futuro a que chamamos "um dia..."
O pior é quando esse dia for tarde de mais...


segunda-feira, fevereiro 11, 2008

A singular vida Privada de um Indivíduo Singular

Em 11 de Fevereiro de 1921 nascia Eduardo Luna de Carvalho, homem que anos mais tarde se ia tornar um dos maiores especialistas do mundo em Paussídeos e Strepsípteros, meu avô!

O seu sentido de humor inesquecível e a sua capacidade única de falar das suas paixões deixaram connosco um documento onde retrata de uma forma inigualável parte da sua riquíssima vida.
Em forma de romance autobiográfico, "A singular vida Privada de um Indivíduo Singular" será um ponto de partida para o conhecer e um ponto de encontro para o recordar.

Nos 87 anos do seu nascimento "A singular vida Privada de um Indivíduo Singular" sai do papel e as letras de tinta da china ganham um novo suporte.
O blog http://lunadecarvalho.blogspot.com/ levará por todo o mundo, 1 a 2 vezes por semana os episódios singulares de um Individuo que, ainda que singular, muito especial: Eduardo Luna de Carvalho.

Que o possam desfrutar
Margarida Luna de Carvalho


sábado, fevereiro 09, 2008

E porque hoje está sol...

..."O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.” (cont.)

Elogio ao amor (Miguel Esteves Cardoso)

PS: Sim, é para ti o sol que hoje brilha...

domingo, fevereiro 03, 2008

Era Oficial, estava com a Birra


"Poucas coisas como as birras conseguem pôr à prova a paciência e a serenidade dos apreciadores de maçãs.
Podem acontecer em qualquer tipo de maçã, mas incidem mais sobre as Maçãs de Junho.
as Maçãs de Junho são, regra geral, muito expressivas, mas onde verdadeiramente isso se faz notar é quando decidem começar uma birra e nada melhor para isso do que fazer-se espetar num garfo!
Ainda se passassem de verde a vermelho...
Por mais aborrecidas que sejam as birras é normal acontecerem.
Se uma
Maçã de Junho não tem qualquer capricho, isso é raro e devemos preocupar-nos mais com uma Maçã demasiado sossegada do que com as que, esporadicamente, têm actos de rebeldia, porque o normal... é eles acontecerem.
Quais são os motivos?

Ciúmes da Manga e da Papaia, zangas com a Laranja e o Abacaxi, arrufos com o Melão...
Estão a constituir-se os sentimentos de identidade, associados a uma vontade própria que começa a manifestar-se, e isso acontece numa etapa em que sendo a
Maçã de Junho quer mexer em tudo, quer fazer tudo, quer chegar a todos os sítios, e as suas próprias limitações físicas impedem-na.
Além disso, muitas das vezes querem pedir algo e não podem, porque a sua linguagem é escassa e faltam-lhes as palavras (embora tenhamos, sobretudo os apreciadores, uma capacidade assombrosa para descodificar o que nos querem dizer).
posto isto...

Voltarei mais tarde."
António Almeida
Comentário de António Almeida, em Sábado, Janeiro 06, 2007