quarta-feira, outubro 22, 2008

Xiuuuuuuuuu!

Ultimamente persigo o silêncio e quando me concentro no que vai dentro de mim, é o que encontro: um branco rol de silêncio deixado pela desilusão de sons aparentemente afáveis.
Há quem diga que o sentimento de desilusão
se aplica aos amantes, à paixão.... já te expliquei que me divido entre o estar apaixonada e o não estar.... por isso é normal que assim seja, que me desiluda frequentemente. A verdade é que conservo as desilusões e nem sempre aprendo com elas, a verdade é que só estou bem no silêncio, onde posso ouvir o nada, o quase nada de um som baixinho, de um som inaudível. O som do silêncio.



Fataunços, Agosto 2008

sábado, outubro 18, 2008

Voltar

Já me tinhas dito uma vez essas mesmas palavras com o tom de voz inalterado de quem debita o que planeou cuidadosamente, o ritmo e a entoação certa de cada palavra. Desta vez não te dei tempo, não te deixei escolher o momento certo nem o som de fundo e arranquei essas palavras, esses sons que ansiava ouvir de novo, a conjunção certa de um olhar azul. Esse azul que que vivo, esse modo de estar tão diferente de mim, essa concentração em qualquer coisa que não conheço.
Mas o que interessa isso tudo no meio destas palavras, que já ouvi uma vez, e que ecoaram na minha cabeça, e de tanto as repetir sei-as de cor.... essas mesmas palavras que já me disseste uma vez.



quarta-feira, outubro 15, 2008

DISse



- Não se pode ser livre quando se ignora a realidade e se é conduzido para uma e uma só escolha.

A liberdade significa conhecer todos os lados, poder definir o bom e o mau e ainda assim ser livre de optar pelo mau.
Ser livre de pensamento não é pensar o que quero, é conhecer a realidade e sobre ela, poder agir!


quarta-feira, outubro 08, 2008

Parabéns Camarada!


"(...) no que respeita a José Saramago, creio que a sua condição de comunista e a grandeza da sua obra literária não são facilmente dissociáveis: estou em crer que, sem essa condição, a massa humana de muitos dos seus livros não se moveria com o mesmo fulgor e não se sentiria em muitos deles o penoso, trágico, exaltante, contraditório, luminoso, sombrio, incessante movimento da história. Sem dúvida, o Nobel deu projecção planetária ao autor e à obra. (...)
Camarada José Saramago: cá ficamos à espera do teu próximo livro - «A Viagem do Elefante» - e dos que se lhe sucederem - com a certeza de que todos eles serão contributos e estímulos preciosos para a nossa luta colectiva de todos os dias.
E enquanto isso, com todas as nossas forças, com todo o nosso empenho, com toda a nossa convicção, com toda a nossa inteligência, com toda a nossa sensibilidade, continuaremos a lutar - nesta luta que, tendo como objectivos imediatos a resolução dos gravíssimos problemas que flagelam o nosso País e o nosso povo, tem sempre no horizonte o objectivo maior da construção de uma sociedade justa, fraterna, solidária, democrática, liberta de todas as formas de opressão e de exploração: a sociedade socialista e comunista!"


Jerónimo de Sousa pelo 10º aniversário do Nobel de José Saramago



O nosso camarada Cunhal tinha razão, não deixaste nunca de ser um de nós! E voltaste como voltarás sempre!
Parabéns camarada!

sábado, outubro 04, 2008

Só acretido em Coincidências!

Adoro o cheiro a café num sábado de manhã, onde a preguiça se acumula e nem mesmo o sol de Outubro que entra pela cortina cor-de-laranja do quarto nos faz sair cedo da cama. Torradas de pão alentejano, manteiga, doce de tomate, sortido Húngaro na mesa e o som de fundo de alguém que comenta a primeira página dos jornais na TV.
Setembro passou, com ele a costumeira reviravolta na minha vida, um misto de emoções muito boas salpicado de emoções muito más, desde que sejam fortes, estão sempre presentes em Setembro.
Gosto particularmente do depois, do sossego da casa após as marés vivas de Setembro, da forma como o cheiro a café e a torradas a envolve e a torna no único lugar onde consigo pousar a cabeça numa qualquer almofada e dormir bem! Gosto do depois, daquele que já esperamos que venha, uns anos mais cedo outros mais tarde, naquele tempo em que os dias são mais pequenos e a noite trás aromas conhecidos e sons familiares. Como se existisse uma ausência de nada e tudo estivesse no lugar certo....
Não está escrito em lugar nenhum, ninguém o prevê , mas acontece que é sempre assim, o antes e o depois.... com cheiro a café e a torradas!

M