quinta-feira, agosto 03, 2006

Tic-tac


O Relógio

Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac . . .

Vinícius De Moraes

1981, Casa do Avô Dado e Avó Branca

3 Comments:

At quinta-feira, agosto 03, 2006 7:10:00 da tarde, Blogger pedro oliveira said...

Depois de nós outros gatinharão nos mesmos espaços.
As pessoas vão-se e as casas ficam.
Talvez permaneça tudo, intacto, igual ao que era (ao que foi), talvez permaneçamos para sempre crianças, sonhadores, acreditando que os adultos são os outros, os que não gostam de olhar as estrelas, nem a lua.
Crianças, para sempre, com os pés eternamente descalços.

 
At quinta-feira, agosto 03, 2006 9:04:00 da tarde, Blogger Maçã de Junho said...

- Papá, dás-me a Lua?
- Minha querida, está muito alta, não a posso ir buscar...
- Sobes a um banco...

 
At quinta-feira, agosto 03, 2006 10:03:00 da tarde, Blogger pedro oliveira said...

...subir a um banco para tocar a Lua?
Bancos?
Emprestam-nos um guarda-chuva quando brilha o Sol, exigem a sua entrega (dele, guarda-chuva) quando começa a chover.
A Lua alcança-se com um olhar (com quatro olhos) aos olhos basta senti-la (não é necessário vê-la) quando sentimos, bastam-nos as mãos para tactear...

 

Enviar um comentário

<< Home