Sopa de Letras
E de repente a Palavra transformou-se numa enorme Sopa de Letras, que me inunda como quem me dedica o Outono. A cada colherada as letras teimam em não se juntar, teimam em ficar a nadar, solidárias na sua incumplicidade. E digo-lhes que me doem, e que me consome a ansiedade de as ver alinhadas, certinhas na sua formação ordeira de quem cumpre a métrica e a sintaxe de cada linha, de cada pensamento. Mas elas ficam compenetradas no seu próprio som, sem sentido literário, a gozarem a sua solidão, de mais do que serem letras, serem as letras das minhas Palavras.
PS: A expressão "dedica o Outono" foi abusivamente roubada de alguém que magnificamente a escreveu!
PS: A expressão "dedica o Outono" foi abusivamente roubada de alguém que magnificamente a escreveu!
2 Comments:
Escreves e declamas muito bem :-)
Nunca percas ambas as artes.
Querida Maçã de Junho. Gosto muito da tua forma de escrever. Gosto das tuas palavras simples e dos teus conceitos sentidos. Gosto mesmo da forma como escreves. Beijinho.
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