domingo, outubro 29, 2006

Ao som do coaxar

Existe um silêncio estranhamente tranquilo esta noite, apenas forjado pela auréola suave do quarto crescente e pelo coaxar imaginário das rãs do pântano inexistente.
Um silêncio que me incomoda, que queria interrompido, que queria quebrado, agitado.
Interrompido pelos gemidos sonoros que penetram paredes e que suscitam sussurros de inveja... de quem os queria seus.
Interrompido pelo ranger dos dentes, pelo rasgar da roupa apertada que sufoca, pelo sapatear das mãos contra a parede, como quem pede clemência perante o prazer.
Interrompido pelo gotejar do suor que desce no meu dorso, num caminho já traçado, já delimitado... e que cai... no pântano inexistente onde as moram as rãs.


E eis que se não.... Fogo de artifício rompeu o silêncio!

3 Comments:

At segunda-feira, outubro 30, 2006 8:58:00 da manhã, Blogger Vicktor Reis said...

Minha Querida Maçã de Junho. Se não fora pelo restante texto ele já valeu pela mensagem final "fogo de atifício rompeu o silêncio!". Quanta esperança está nela contida e como é importante essa esperança existir. Quanto ao restante texto gostaria de deixar aqui o meu modesto testemunho sobre a sua beleza e sobre os bonitos conceitos nele contido. Agora... "fogo de artifício rompeu o silêncio" é a festa dos sentidos, a libertação do pensamento, a exuberância de um corpo em êxtase... Parabéns minha querida. Beijinhos.

 
At segunda-feira, outubro 30, 2006 12:08:00 da tarde, Blogger Isabel said...

E assim quando há amor. No fim o suor transformasse em mel e o mel em fogo de artificio.

Foi amor!

Lindo!


Isabel

 
At terça-feira, outubro 31, 2006 12:04:00 da manhã, Blogger Estranha pessoa esta said...

E o inesperado acontece...

 

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