domingo, janeiro 21, 2007

Vendo-me


Que se consuma o meu corpo!
Que sobre ele se tenha a vontade que em mim já não há, de o controlar, de o suster, de o possuir. Que haja a vontade de o constringir ao pequeno espaço compreendido entre um outro corpo e a parede onde as minha mãos têm tendência a sapatear, a descer lentamente até à madeira do chão onde caem aflitas, exaustas. Que se emoldure este corpo com as gotas de suor temperadas com a saliva alcalina de bocas nunca saciadas. Que se compre este corpo cansado e ter uma alma que se queria desprendida, deste corpo sem vontade de o ser.

Palavras, são apenas palavras...


8 Comments:

At segunda-feira, janeiro 22, 2007 11:20:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Teu corpo não se consome! Teu corpo não está à venda! Teu sentir é uma dádiva! Teu querer é um sonho!

Porque...

Bebo da vida néctar de eternidade
No sentir do teu corpo doce de mil promessas.
Depois com novas forças novo alento
Vejo a luminosidade de teu ser.
Caminho traçado
No sentido do novo alvorecer.


Isto são...
Palavras, são apenas palavras

 
At quarta-feira, janeiro 24, 2007 12:54:00 da manhã, Blogger Estranha pessoa esta said...

E a Alma tem vontade de o Ser?

 
At quarta-feira, janeiro 24, 2007 2:31:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

O corpo é a prisão da alma. A alma gosta de voar livre como o vento.

 
At quarta-feira, janeiro 24, 2007 5:10:00 da tarde, Blogger Minda said...

Ai quantas vezes nos vendemos sem saber que assim o fazemos. Acto irreflectido, desejo inconfessado, quantas vezes damos por nós a fazer o que não queremos ou, depois, arrependidas, nos sentimos, afinal, umas vendidas.

Bonito este texto, que nos leva a pensar sobre o que é o acto de vender... mais do que o corpo físico, se calhar estamos a falar da "alma"... aquele pedaço irreal de nós próprios que não sabemos sequer se existe. Ou dos sentimentos, aqueles que nos fazem mover montanhas, ir até ao infinito para encontrar o objecto do nosso desejo.

Enfim,
palavras apenas!

 
At quarta-feira, janeiro 24, 2007 5:34:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Somos sempraqujilo que queremos ser e estamos sempre a tempo de mudar o que está mal...

bjs

 
At quarta-feira, janeiro 24, 2007 10:16:00 da tarde, Blogger as velas ardem ate ao fim said...

Maria Bethânia - Palavras

Não tente me enganar
Vejo em seu olhar que já não existe
Aquele mesmo amor que nunca esperou
Acabar tão triste.

Não tente me dizer palavras que eu
Já não acredito
Eu posso compreender o que restou de um amor
Que foi tão bonito.

Eu fiz daquele amor o meu sonho maior
Minha razão de tudo
Foi pouco o que restou
De tanto que existiu
Recordações e nada mais.

Não, não vá me dizer palavras que venham
Me fazer chorar depois
Eu sei que vou viver
Por muito tempo ainda
Das lembranças de nós dois.

Palavras serão apenas palavras??

bjocas Maçã

 
At quinta-feira, janeiro 25, 2007 9:03:00 da tarde, Blogger Maçã de Junho said...

Não
as minhas palavras não são eu
não me mostro nas palavras
elas não me reduzem ao seu breve significado literário
não
não sou palavras

(em jeito de resposta para ti)

Maçã de Junho

 
At segunda-feira, janeiro 29, 2007 8:12:00 da tarde, Blogger K'os said...

"Que se compre este corpo cansado e ter uma alma que se queria desprendida, deste corpo sem vontade de o ser."

porquê?
quando o corpo está cansado a alma desprende-se mais
sim ás vezes não se tem, mas ... não digo mais


:)

 

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