terça-feira, fevereiro 06, 2007

Excomungada

Confesso que vivi!
Confesso que rebolei na erva molhada pelo meu suor e, sem medo do julgamento alheio corri nua pelas calçadas, despojada de sentido e sem rumo ao arrependimento.
Não rezei.

Não comungo.
Trinco o Corpo dito sagrado desejando morrer sem a extrema-unção, desejando a condenação ao calor eterno.
Confesso que vivo à margem dos cochicho
s das beatas, que passam deixando cheiro a velas queimadas e a pedras molhadas.
Confesso que tenho o pecado cravado na carne, a marca a ferro quente que me atrai em noites de Lua cheia para as ruas onde vagueio na companhia dos remoinhos de vento que me Excomungam por Prazer



10 Comments:

At quarta-feira, fevereiro 07, 2007 1:12:00 da manhã, Blogger Estranha pessoa esta said...

E que pecado delicioso..

 
At quarta-feira, fevereiro 07, 2007 10:18:00 da manhã, Blogger as velas ardem ate ao fim said...

Esqueci me no armário.
Pensei que estava a viver,
trabalhar,
ser!
Pensei ter amado
e odiado,
aprendido
e ensinado,
fugido
e lutado,
confundido
e explicado.
Mas hoje, surpresa,
vi me esquecida
dentro do armário
calada, sozinha, perdida, parada.

Adorei o teu poema...eu vou tentar sair do armario...

bjinhos

 
At quarta-feira, fevereiro 07, 2007 1:31:00 da tarde, Blogger Guilherme F. said...

Palavras. Tantas palavras. Sentimentos...paixão.
Gostei de voltar.
bj
Gui
coisasdagaveta.blogs.sapo.pt

 
At quarta-feira, fevereiro 07, 2007 7:33:00 da tarde, Blogger João Silva said...

Sem pecado nunca haveria o "sagrado" ;)

É mais feliz quem se deixa guiar pelas vontades do corpo! ...pela vontade de tirar o maior prazer possível da vida.

Se do crime diz-se que "não compensa", do pecado nunca ouvi dizer o mesmo...

 
At quarta-feira, fevereiro 07, 2007 9:06:00 da tarde, Blogger K'os said...

quem não tem!!
mais importante e maior é a coragem de o dizer

muito bom

:)

 
At quarta-feira, fevereiro 07, 2007 9:22:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Adoro esse pecado, também me assumo como pecador.

 
At quinta-feira, fevereiro 08, 2007 10:58:00 da manhã, Blogger as velas ardem ate ao fim said...

Bjinho enorme.

 
At quinta-feira, fevereiro 08, 2007 12:11:00 da tarde, Blogger Vicktor Reis said...

Querida Maçã de Junho

Pecado resulta de um julgamento cheio de subjectividade, de falsa moralidade, de preconceitos e de um desejo mórbido de fustigar o sentir dos semelhantes. Donde, na minha modesta opinião, considero que “pecado” não passa de uma palavra vazia de sentido.

O que descreves magnificamente no teu texto é antes: força de viver, esplendor de sentidos, exacerbar de quereres, o melhor que a vida nos concede... o prazer em toda a sua plenitude.

Aliás, como uma minha amiga que escreve crónicas magníficas costuma dizer “o poder e o prazer estão intimamente ligados”, donde os “donos” do poder, entre os quais as igrejas, procuram aniquilar o prazer dos outros para manterem o seu poder.

Este teu texto além de ser magnífico nos conceitos é um grito de alerta contra os preconceitos que nos procuram incutir desde muito jovens.

Beijinhos

 
At quinta-feira, fevereiro 08, 2007 9:51:00 da tarde, Blogger sem-comentarios said...

É um pecado inevitável...
mt bonito o teu texto :)**

 
At sexta-feira, fevereiro 09, 2007 9:55:00 da tarde, Blogger as velas ardem ate ao fim said...

bjinhos e bfs

 

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