terça-feira, março 13, 2007

Como quem...

Nem tudo cabe dentro dos meus fracos de vidro, nem das caixas de cartão colorido fechados com grossas fitas de cetim.
E gostava de lá guardar essas palavras para as tornar eternas, para mais ninguém as dizer, as escutar, para mais ninguém fazer uso delas.

Tê-las só para mim, na inveja de quem se sente dono do impossível, de quem se sente dono do seu próprio pensamento.
E solta-las de vez em quando, para percorrer longas frases, fixas, redondas, frases sonoras... Altivas... E coloca-las novamente, cada uma no seu frasco, a ecoar contra as paredes de vidro, sem consolação, sem apreciação de outros olhos que não os meus...
Como quem se julga dono do impossível, como quem se julga dono de si.


6 Comments:

At quarta-feira, março 14, 2007 4:55:00 da manhã, Blogger João Silva said...

Não serão as palavras sempre mais belas quando partilhadas? :)

Cada palavra tem o seu tempo certo...se as guardares vão perder o seu verdadeiro significado!

digo eu...que percebo mais de numeros...lol

 
At quarta-feira, março 14, 2007 2:47:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Peço desculpa pela por me dirigir a si desta forma, mas andando pela internet a pesquisar o nome Luna de Carvalho, fui ter ao seu blog, na anterior morada. O meu interesse é uma pesquisa de antigos artistas da Fábrica de Loiça de Sacavém. Consultei um folheto de uma exposição dos anos 40, e vinha lá, entre outros, o referido apelido. Como no anterior blog tinha um desenho do seu avô, decidi arriscar a perguntar se é a mesma pessoa. Caso seja e, para esclarecer melhor o que pretendo, gostaria que me contacta-se para:
carlos_pereira70@sapo.pt
Muito obrigado

 
At quinta-feira, março 15, 2007 4:02:00 da tarde, Blogger L u i s P e s t a n a said...

"sem consolação"

Muito bonito

 
At quinta-feira, março 15, 2007 9:48:00 da tarde, Blogger Patrícia said...

:-)

 
At quinta-feira, março 15, 2007 10:25:00 da tarde, Blogger as velas ardem ate ao fim said...

Nunca tinha pensado nesta prespectiva.Devia ser muito bom mesmo sermos donos das nossas proprias palavras e guarda las.

bjos Maçã

 
At sábado, março 17, 2007 9:24:00 da manhã, Blogger Vicktor Reis said...

Doce Maçã de Junho

Um dia, já lá vão muitos anos [que nestas coisas do tempo que passa um ano pode parecer uma chispa, como um segundo uma eternidade] numa das muitas conversas que sempre tenho com o “meu” mar falei-lhe numa Ninfa do Tejo que amava guardar areias de todas as praias, de todos os rios e ribeiros.

O “meu” mar apaixonou-se por tal Ninfa que tanto amava as areias que o mar acariciava desde a eternidade no seu doce espraiar, desígnio marcado para todo o sempre, ao sabor da influência da Lua [Luna] no seu contínuo ciclo da Lua Cheia à Lua Nova.

O “meu” mar sabia, contudo, que ali por cerca da Trafaria existia uma barreira intransponível: a “quebra do mar”, ali “onde o Tejo beija o Mar”... pelo que nunca poderia chegar junto da Ninfa. Então segredou-me: “Pede à Ninfa do Tejo que guarde sempre junto das areias que tanto me confortam ao ritmo das marés, algumas palavras, mesmo sentires que eu um dia possa reconhecer no Grande Areal da Caparica”.

É esse pedido que aqui deixo registado, neste universo da blogoesfera. Quem sabe se a Ninfa do Tejo, passará por este teu maravilhoso espaço?


Té Já. Beijinhos

 

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