domingo, junho 17, 2007

O Circo chegou à Cidade!

Não foi a primeira vez que te vi, já o fiz em surdina, à beira do velho cais baptizado pelo sangue dos que lá desaguaram, dos que por ali adivinharam o seu fim.
E quantos, ali, naquele cais, quando a maré já o reconheceu vezes sem conta, empunharam por mim punhais?
Quantos já juram o regresso, quando já me juraram de morte, quantos já mataram por mim?
Quantos?
Quantos me apertam o braço para não me ir, para não me terem como fantasma durante o tempo em que não consomem a minha carne, em que não me consomem.
Não foi a primeira vez que te vi, por esses becos, que de manhã cheiram a frutas frescas, a peixe e na noite a maresia... cheir
am a prazer, a velas acesas nas janelas vermelhas, a roupa despida rapidamente, a bocas tragadas de água ardente barata...
Parado, estavas parado à espera.
De mim? Será que esperavas por mim?
Seguras o cigarro sempre da mesma maneira, evitas olhar quem passa à tua frente...
Eu?
Eu não, que me escondo atrás dos cartazes meio rasgados que anunciam o circo, os elefantes e as amazonas chegaram à cidade...


(...)
Google S

1 Comments:

At segunda-feira, junho 18, 2007 6:51:00 da tarde, Blogger as velas ardem ate ao fim said...

O circo chega à cidade e por vezes a ciade fica em chamas!

Adorei o teu texto

bjinhos

 

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