Estado de alerta inesperadamente tranquilo

Recebeste o meu corpo!
Revolto pela tua força, temperado pelo teu sal com areia fina, corado pela luz forte que me deixa quente, e que arrefeces, projectando arrepios concêntricos que se dissipam na minha pele.
Sabes que te temo!
Que não te tenho confiança, não te pertenço, que te confundo com os azuis que emolduram a minha vida. Posso até viver sem ti, não te sou leal e cortejo quem por destino te pertence.
Mas quando te vejo, e basta um breve olhar, o meu corpo liberta o teu cheiro e invade-me aquela velha sensação de insegurança que me mantêm num estado de alerta inesperadamente tranquilo.