(Re)Toma de Palavras: Ao som do coaxar
Existe um silêncio estranhamente tranquilo esta noite, apenas forjado pela auréola suave do quarto crescente e pelo coaxar imaginário das rãs do pântano inexistente.
Um silêncio que me incomoda, que queria interrompido, que queria quebrado, agitado.
Interrompido pelos gemidos sonoros que penetram paredes e que suscitam sussurros de inveja... de quem os queria seus.
Interrompido pelo ranger dos dentes, pelo rasgar da roupa apertada que sufoca, pelo sapatear das mãos contra a parede, como quem pede clemência perante o prazer.
Interrompido pelo gotejar do suor que desce no meu dorso, num caminho já traçado, já delimitado... e que cai... no pântano inexistente onde as moram as rãs.
5 Comments:
Sei o que é, Maçã...
Um abraço solidário...
Perfeito...
Conheço o sentimento.
bjinhos
Maçãzinha
Este texto é muito bonito, está muito bem escrito, onde (re)tomas o "coaxar das rãs"...
"Calhou assim na ordenação das tendas daquele acampamento instalado em local paradisíaco: a seguir à tenda em que ficavas com o teu companheiro, ficou a minha para uma solitária pernoita... Fui desperto pelo coaxar duma pequena rã do pântano logo ali em baixo... A minha atenção fixou-se num ligeito sussurro, um suave gemer de mulher... depois o sussurro transformou-se em gemer de gozo profundo...imaginei-te totalmente desnuda em pleno acto de amor... ligeiras paragens indicavam que outros caminhos estavam a ser seguidos... depois era um gemer cada vez mais forte... logo depois gemer forte a duas vozes... o êxtase do gozo final!!! Solitariamente foi a minha vez de gemer, e gemer, e geeeeemeeeer!"
Obrigado pela tua inspiração, pela tua partilha, pela capacidade de inspirares quem te lê.
Beijinhos.
é bom voltar a passar aqui depois de uns tempos "away" e voltar a ter prazer em ler o que por aqui se escreve!
1 bj
Por vezes o silêncio é tão ruidoso como a mais estridente buzina de uma fábrica.
Gostei desta tua composição. Bj.
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