terça-feira, dezembro 11, 2007

...Desfolhar a lua...

Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!


Se as minhas mãos pudessem desfolhar
Garcia Lorca

2 Comments:

At quarta-feira, dezembro 12, 2007 11:03:00 da tarde, Blogger Maçã com Canela said...

Muito bonito este poema...
Hoje por coincidencia também falo de uma lua.. que é de todos... mas que hoje senti tão minha :)

beijos maçã...

 
At quinta-feira, dezembro 13, 2007 12:35:00 da manhã, Blogger almada said...

Como é bom encontrar no caminho um poema de Frederico Garcia Lorca, ajuda a continuar a caminhada.

 

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