sexta-feira, abril 04, 2008

M de Natália

Dão-nos um lírio e um canivete
e uma alma para ir à escola
mais um letreiro que promete
raízes, hastes e corola

Dão-nos um mapa imaginário
que tem a forma de uma cidade
mais um relógio e um calendário
onde não vem a nossa idade


(...)

Dão-nos um nome e um jornal
um avião e um violino
mas não nos dão o animal
que espeta os cornos no destino

Dão-nos marujos de papelão
com carimbo no passaporte
por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte

"Queixa das almas jovens censuradas", Natália Correia



Monumento à Mulher, Parque Urbano, Vale figueira, Sobreda, 2008

6 Comments:

At segunda-feira, abril 07, 2008 12:59:00 da tarde, Blogger Maria Papoila said...

por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte


É a dimensão das ideias, muito mais que a vida e muito, muito mais que a morte.

Beijo

 
At segunda-feira, abril 07, 2008 4:11:00 da tarde, Blogger samuel said...

Gosto tanto desta cantiga!
Tanto como do momento de "privacidade" que tive com o Zé Mário, no Coliseu, este dia 4, durante os longos minutos que ele esperou para entrar em palco.
Conversámos mais ali do que nos últimos 20 anos... dá para acreditar?!

Abreijo

 
At segunda-feira, abril 07, 2008 7:39:00 da tarde, Blogger Nuno Ricardo said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At terça-feira, abril 08, 2008 7:39:00 da tarde, Blogger as velas ardem ate ao fim said...

Sou um fa da Natalia.Adorei maçazinha!

Bjoca

 
At terça-feira, abril 08, 2008 8:38:00 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Belo momento... Kiss

 
At sábado, abril 26, 2008 9:42:00 da tarde, Blogger bettips said...

ADORO há que anos este poema e o seu cantar, de José M. Branco!

 

Enviar um comentário

<< Home