quinta-feira, julho 23, 2009

Cheira a Alecrim

Nunca parto inteiramente,
Não me dou à despedida
As águas vão simplesmente
Presas à sua nascente
É do seu modo de vida

Fica sempre qualquer coisa
Qualquer coisa por fazer
Às vezes quase lamento
Mas são coisas que eu invento
Com medo de te perder

Deixei um livro marcado
E um vaso de alecrim
Abri o meu cortinado
Fiz a cama de lavado
Para te lembrares de mim

Nunca parto inteiramente
Vivo de duas vontades:
Uma que vai na corrente,
A outra presa à nascente
Fica para ter saudades


Nunca Parto Inteiramente
Manuel Paulo



Não disse adeus
Mas no meu da minha solidão
disse adeus a mim mesmo
por ter chegado até aqui.